segunda-feira, 29 de abril de 2013

Categorias de Base - clubes pedem exclusão do São Paulo

Recentemente ouvi o Edu Gaspar, executivo de futebol do Corinthians e membro de uma Comissão de Ética que reúne cerca de 40 clubes da série A e da série B do futebol Brasileiro ponderar sobre posturas éticas envolvendo as categorias de base do futebol no Brasil.

O tema principal era a postura do São Paulo Futebol Clube, já famoso no mercado da bola por praticar abertamente o aliciamento de atletas de outros clubes. Esse código de Ética não é uma entidade formal, tem apenas um conjunto de intenções que visa uma melhor convivência entre os clubes. Porém a notícia é que o time do Morumbi andou procurando jogadores de outos times sem o conhecimento desses para oferecer-lhes uma oportunidade melhor.

Cabe ressaltar que a postura adotada pelo clube do Morumbi está longe de ser ilegal. O menor de 16 anos não pode trabalhar, está no Estatuto da Criança e do Adolescente. Baseado nesse fato, as equipes não podem celebrar contratos com esses atletas. Por esse motivo, via de regra os empresários ou os clubes contratam os pais do menino, ou firmam contratos de exclusividade com eles, que são maiores de idade, comprometendo-os a partir do final da infância (sub 11) até que seja permitido a assintura de um contrato (sub 20).

A discussão proposta é outra. Os clubes sabem que a grande saída do futebol hoje são as categorias de Base. Porém mantê-las equer um investimento alto, que faz com que os clubes procurem investimentos externos e parceiros. Desses parceiros se destcam as empresas de Marketing Esportivo, eventualmente bancos como o BMG, e prefeituras em cidades menores. 

Cada investidor tem o seu interesse, seja social ou comercial... em alguns casos, como o do Projeto Primeira Camisa de Roque Junior ou de inclusão social do Pão de Açucar, os investidores não conseguem acordo com clubes e montam estruturas próprias para levar adiante o seu investimento.

O fato é que quando esse investimento é feito, todos sabem que não há contratos formais que protejam os atletas aos seus clubes e que a qualquer momento eles podem receber um convite e simplesmente ir embora.

Para evitar isso foi criado esse "código de ética" visando uma aproximação maior entre os clubes e preservando seus investimentos e/ou investidores.

Mas o que parece é que o São Paulo desrespeitou isso. E a reação veio, na forma de boicote.

A Federação Mineira de Futebol organiza a Taça BH de futebol, que já se tornou um tradicional torneio da base no país. Os clubes resolveram boicotar o torneio, solicitando que o São Paulo não participe. Como não se trata de uma entidade formalmente estabelecida, não houve questionamentos  Porém, após o envio dos convites por parte da Federação Mineira, alguns clubes responderam condicionando a sua participação a exclusão do time do São Paulo.

Novamente, o que está colocado aqui são somente os fatos... uma discussão puramente ética. A opinião cabe a quem lê.

Marcelo Alves Bellotti

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