quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Mascote polêmico da Copa de 2014

A FIFA, entidade máxima do futebol mundial vai realizar o seu próximo grande evento, a Copa do Mundo, como todos sabemos no Brasil.

Toda copa tem um símbolo e um mascote. O mascote se tornou nas últimas décadas do século XX um grande instrumento para impulsionar as vendas e garantir o sucesso do evento "Copa do Mundo"

O primeiro mascote das copas foi o Leão Willie, em 1966 na Copa da Inglaterra. É famoso o poster oficial da Copa com o mascote envergando a camisa do Reino Unido. Dizem que esse é o mais famoso dos mascotes em Copas do Mundo.

Em 1970 o mascote foi um típico Mexicano, o Juanito. Tratava-se de um menino simples com uma bola no pé e um sombrero na cabeça. Em 1974 a Copa da Alemanha trouxe a dupla TIP e TAP com a camisa com as iniciais de Copa do Mundo (WM - Weltmeisterschaft) e o outro com o ano da copa (74).

Em 78 o mascote da Copa na Argentina foi o Gauchito que também representava um menino com características regionais. Na Copa de 1982 jogada na Espanha marcou a primeira fruta como mascote, deixando de lado figuras humanas. Uma laranja com uma bola na mão de nome Naranjito foi o mascote do Mundial. O sucesso foi grande pela simplicidade e por uma boa campanha com uma série de desenhos animados na TV espanhola.

Em 1986 apareceu na copa do México o Pique, uma pimenta com bigodes e um sombrero estilizado, vestido com as cores da camisa do Mexico. Em 1990 a Copa na Itália apresentou o Ciao... um boneco cuja cabeça era uma bola com as cores da bandeira Italiana.

Em 1994 a Copa dos Estados Unidos apresentou um cachorro de nome Striker como mascote. Em 1998 na Copa da França o mascote foi o galo Footix, aproveitando-se de que o Galo ja era o principal símbolo Frances, o galo Footix foi apresentado nas cores da camisa da seleçaõ local. Na Copa do Japão e da Coréia em 2002, foram três mascotes: Ato, Kaz e Nik. Por ser uma copa disputada em mais de um país naturalmente o evento teve três mascotes;

Em 2006 o mascote foi Goleo VI, um Leão com dois metros e trinta centímetros de altura sempre acompanhado da bola falante Pile. Ao contrário dos outros mascotes, Goleo VI não foi um desenho.



Na última Copa do Mundo, o mascote escolhido foi o Leopardo que ganhou o nome de Zakumi (ZA - refere-se a Zuid Afrika, ou África do sul em Afrikaner e Kumi refere-se ao número 10 em algumas linguas africanas). O apelido ganhou outra conotação pois Zakumi poderia significar "vem aqui" em algumas línguas africanas.

A Copa no Brasil tem como mascote o Tatu-Bola, animal tipicamente brasileiro e ameaçado de extinção. Após a escolha do mascote, o nome causou extrema polêmica FULECO. A explicação do nome pelos organizadores é que ele junta as palavras "FUTEBOL" e "ECOLOGIA"... ora, então o correto seria Futeco...

A votação ocorreu no site da FIFA e foi escolhido com 48% dos 1,7 milhões de votos. As opções traziam além de Fuleco, Zuzeco (Azul + Ecologia) que recebeu 31% dos votos e Amijubi (Amizade e Júbilo) com 18%.

A grande polêmica está presente no nome do mascote "FULECO". Na gíria de algumas regiões do país Fuleco é um apelido para o ânus, falado de maneira chula, vulgar! Fuleco pode ser uma variação de Fuleira, Fulera, Fuleragem entre outras, que são termos BEM conhecidos no Nordeste e que pode significar: Coisa ruim, de baixa qualidade, inferior, fraco, incapaz, duvidoso...

Imaginemos uma Copa do Mundo onde o nome do Mascote será motivo de piadas. Esta poderá ser a Copa do Fuleco... Será possível que os organizadores ou idealizadores do nome não sabiam da infeliz coincidência?


Marcelo Alves Bellotti

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Guarani... do céu ao inferno!!!

O Campeonato Paulista de 2012 trouxe na sua semifinal uma boa surpresa... Ponte Preta e Guarani eliminaram seus adversários nas quartas de final e fizeram um jogo digno das tradições do derby. Mesmo jogando no Brinco de Ouro, o Guarani saiu em desvantagem e terminou a primeira etapa atrás no marcador. No segundo tempo a história foi diferente, e com dois gols de Medina e um gol de Fabio Bahia o Bugre chegava ao jogo final contra o Santos.

A final, como se esperava, o time bugrino não ofereceu muita resistência ao poderoso Santos de Neymar e companhia. Ao final de 180 minutos os placares marcavam 3 a 0 e 4 a 2 para o time da Vila Belmiro, que sagrava-se então tri-campeão paulista.

O ano seria o da redenção Bugrina, após um período de crise, sem dinheiro para pagar salários e mergulhado em dúvidas e dívidas. O time de campinas chegava ao céu... Nada como uma boa campanha para que tudo fosse esquecido.

Ao final do campeonato, muitos saíram, poucos chegaram e quem chegou não conseguiu suprir a ausência de quem saiu. Ao invés de se planejar e procurar manter o time para a disputa da forte série B, seguiram-se os desmandos e o que se viu foi lamentável.

O inferno Bugrino começou a partir da vigésima quinta rodada do Campeonato Brasileiro da Série B. Estávamos então no dia 15 de Setembro, quando o time inicia um período triste com um empate  contra o Vitória.

O que se viu depois disso foram somente resultados negativos. Mesmo os empates contra o América-RN, Ipatinga, Atlético-PR não significaram grande coisa. Seguiram-se derrotas para o ABC, Bragantino, Goias (5 a 0), America-MG, Criciúma, Guaratinguetá, A última vitória foi contra o ASA, dia 06/11. Após isso, derrota para o Avaí, CRB até a derradeira derrota em 24 de Novembro contra o São Caetano, que custou o rebaixamento do tradicional Guarani novamente para a série C do Brasileiro.

Espero que desta vez a queda signifique alguma mudança na estrutura do Bugre, que seus dirigentes repensem e reconduzam o time campineiro a altura de suas tradições. Agora é levantar a cabeça e reconstruir o time.

Marcelo Alves Bellotti

domingo, 25 de novembro de 2012

CBF tenta acertar e erra

A Confederação Brasileira de Futebol visando a melhor preparação para a Copa do Mundo demitiu nessa semana o técnico Mano Menezes.

A decisão é acertada, Mano Menezes mostrou completo despreparo para comandar a seleção e acumulou decisões erradas e demontrou uma postura profissional incompatível com o cargo que ocupou.

Mas o momento ja tinha passado. Após a eliminação em um momento ridículo ccom vários penaltis perdidos foi o momento exato para a demissão.

Agora, se valer a "filosofia" do futebol brasileiro, tudo será jogado fora e começaremos novamente do zero.

O pior não é isso... a cúpula da CBF afirma que só anuncia o substituto no ano que vem.

Até lá, da-lhe especulação!!!

Marcelo Alves Bellotti

terça-feira, 20 de novembro de 2012

O Futebol e o Preconceito

Em 1923 um time recém chegada a primeira divisão conquistou o campeonato Carioca com uma equipe formada por trabalhadores humildes, brancos, negros e mulatos. Sem dinheiro ou posição social, tornaram o então campeão carioca o Clube de Regatas Vasco da Gama.

O fato foi combatido pela aristocracia carioca, que acusou o time do Vasco de ser "profissional" em um futebol na época amador e em uma reunião na Liga Metropolitana, representantes de Fluminense, Botafogo, Flamengo e América defenderam a eliminação desses jogadores mais humildes.

Até hoje, o Vasco se orgulha de ter sido o primeiro clube a "acreditar no talento e na raça do povo negro", segundo homenagem publicada nos principais jornais cariocas em 13 de maio de 1988, no centenário da abolição da escravidão.

Conta-se que o apelido de pó de arroz atribuído ao Fluminense se deve ao jogador do Fluminense Carlos Alberto. Durante uma partida de seu clube contra o América, pelo Campeonato Carioca de 1914, a maquiagem que usava começou a escorrer, revelando sua verdadeira cor. A torcida adversária não perdoou e lhe atribuiu o apelido de Pó-de-Arroz. Em São Paulo, Arthur Friedenreich ou "El Tigre" como costumava ser chamado, também driblava a aparência para parecer branco, alisando o seu cabelo. Isso por que era o principal jogador brasileiro na época.

Em 2005 o zagueiro Argentino Leandro Desábato chamou o atacante brasileiro Grafite de "negrito de mierda" em um jogo entre São Paulo e Quilmes pela taça libertadores da América. O jogador Argentino foi preso por crime de racismo e pagou uma fiança de 10 mil reais.

Temos várias histórias relacionadas ao racismo, preconceito e discriminação existentes no futebol. Hoje comemoramos o dia da consciência negra, data criada para a reflexão da inserção do negro na sociedade brasileira.

E a participação é destacada. O maior jogador de futebol de todos os tempos é brasileiro... Edson Arantes do Nascimento formava em esquadrão Santista que orgulhava o Santos e o Brasil pelos gramados onde passavam.

O manto todo branco do time santista era vestido por craques negros, como Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pelé... além de Pepe! Em suas histórias, Pepe conta que em certo momento o centroavante Coutinho começou a jogar com uma fita no braço. Ao ser questionado do porquê jogava com a fita, dizia que toda vez que saía um gol bonito era o Pelé... quando perdia um gol era o Coutinho.

Não me permito analisar nada sobre o ponto de vista da participação de negros e brancos não só no futebol como em qualquer setor de atividade humana. Parto do princípio que todos somos iguais e não abro sequer discussão sobre isso.

Mas proponho a reflexão sobre a influência não só do negro como da cultura africana no esporte das multidões. O jornalista Mario Filho, irmão de Nélson Rodrigues e que dava o nome para o Maracanã publicou uma obra intitulada "O Negro no Futebol Brasileiro" que conta como foi dura a batalha para a inserção do negro e das classes mais pobres dentro do futebol. E curiosamente essa batalha que levou o crescimento fabuloso e a popularidade desse esporte no mundo todo.

O preconceito racial é resultado de uma crença sem sentido da existência de raças superiores ou inferiores sem qualquer embasamento em teorias científicas, que valorizam as diferenças biológicas entre os seres humanos, justificando assim temas mais profundos como desigualdades sociais ao atribuir superioridade de alguns sobre outros.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Público Pagante

Cada vez mais em fóruns, mídias sociais como twitter, google+ ou facebook, e até nos programas esportivos, uma grande discussão é proposta sobre a fidelidade do torcedor pelo seu time do coração.

Isso tudo tem como o pano de fundo a utilização do Estádio Cícero Pompeu de Toledo, de propriedade do São Paulo Futebol Clube. No próximo fim de semana teremos o evento "Estréia do Ganso" que está sendo tratada com maestria pela diretoria do São Paulo, com uma promoção que pode levar cerca de 60 mil pessoas no seu estádio.

Atualmente o estádio tem capacidade para 65 mil pessoas aproximadamente, com as restrições impostas pela Polícia Militar para garantir a segurança dos torcedores. A grande discussão é para que Palmeiras, Corinthians e Santos retomem os seus jogos no Estádio.

Hoje o público é medido pela presença média no estádio. Então um clube que joga no Pacaembu, por exemplo, nunca terá uma ocupação média maior que a capacidade do estádio, que hoje gira em torno de 38 mil pessoas.

Acredito que mais importante do que discussões inócuas sobre presença de público no Morumbi ou no Pacaembu seja medir a capacidade da torcida de ocupação nos estádios onde seu clube manda os seus jogos, seja lá onde for.

Nesse ponto, a Liga Inglesa dá o exemplo, quando cita que clubes como o Arsenal e o Manchester tem cerca de 99% de ocupação de seus estádios garantidos pela venda antecipada de carnês, logo que o campeonato se inicia.

Veja que em nenhum momento citam a capacidade do Old Trafford (76 mil pessoas) ou do Emirates Stadium (60 mil pessoas). Lembrando que só na capital Inglesa temos os estádios de Wembley (90 mil lugares), Stamford Bridge (Chelsea - 43 mil lugares), Boleyn Ground (West Ham - 35 mil lugares), White Hart Lane (Totteham - 36 mil lugares) e do Craven Cottage (Fulham - 25,5 mil lugares). Em nenhum momento é sugerido a um clube inglês que troque o estádio que manda os seus jogos por razões econômicas. Isso em uma liga que privilegia o lucro acima de tudo!

A paixão das torcidas locais e seu interesse por determinadas competições então deveriam ser mediadas por um índice mais eficiente do que uma média simples feita entre público presente ao estádio. Por esse índice, um público de 54,118 mil pessoas no Morumbi como o observado na partida contra o Cruzeiro mostra uma ocupação de 83% do estádio.

O Grêmio, cujo estádio Olímpico tem capacidade para 52 mil pessoas, teve no jogo contra o São Paulo o índice de 77% de ocupação de seu estádio. O público registrado foi de 40,217 mil pessoas.

O Corinthians que aparece em terceiro lugar como o clube de maior público no Brasileirão 2012, com 34,843 pagantes no jogo contra o Atlético-MG ocupou 92% do Pacaembu. Essa deveria ser a medida para decidir a maior participação do torcedor dentro do seu estádio, inclusive para cálculo de investimentos. Ao analisarmos o público médio do Corinthians, por exemplo, que lidera o ranking teremos 65% de ocupação do Pacaembu nos jogos em que ele é mandante no estádio. Quando comparamos com o Náutico, a ocupação média do Estádio dos Aflitos é de 64% com um público médio de 12,322 mil pessoas por jogo.

Vejam como a perspectiva muda. Não podemos solicitar ao Náutico, sob qualquer pretexto financeiro, que deixe de jogar nos Aflitos, cuja capacidade é de 19 mil lugares para jogar no Arruda, por exemplo, cuja capacidade passa de 60 mil pessoas. O nível de ocupação do estádio cairia sensivelmente, juntamente com a satisfação dos seus torcedores.

Se tomarmos por base os públicos médios do Brasileirão e compararmos com a capacidade total dos estádios em que os clubes mandam seus jogos, teremos algumas surpresas quanto ao comparecimento do torcedor para apoiar seu time no estádio.

E a preocupação principal de qualquer estrutura minimamente profissional deve ser sempre a satisfação do seu cliente final. É por eles e para eles que qualquer empresa existe. No caso dos clubes de futebol, a razão da existência dos clubes e da sua longevidade são os seus torcedores. E em nome deles, o clube deve agir e pautar as suas decisões de onde jogar.

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 3 de novembro de 2012

APARECIDA EC - FURACÃO DO VALE

A história do futebol em São Paulo vai hoje para uma das cidades mais famosas do Brasil, a cidade de Aparecida, falar sobre o "Furacão do Vale".

A cidade de Aparecida é chamada popularmente por Aparecida do Norte é uma estância turística situada no Vale do Paraíba fundada em 17 de dezembro de 1928, tem como atrações a Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, a chamada "Basílica Velha", o Porto Itaguaçu, a Igreja de São Benedito e o Relógio das Flores, que com 9 metros de diâmetro impressiona por sua beleza.

O time da cidade foi durante 15 temporadas foi o Aparecida Esporte Clube. O time teve sua fundação em 31 de Janeiro de 1965 e veio suceder o Esporte Clube Aparecida para continuar com o profissionalismo na cidade.

Suas participações em Campeonatos Paulistas sempre foram discretas, começando na quarta divisão em 1965, subindo para a terceira divisão em 1967 até que em 1982 subiu para a segunda divisão, onde permaneceu até 1987. Após o rebaixamento em 1988 paralisou as atividades no futebol profissional, tentando ainda o retorno em 1995 e 1996 mas encerrou as suas atividades desde então.

O time ganhou o apelido de Furacão do Vale pela sua torcida, apaixonada e barulhenta que sempre acompanhava o time no estádio municipal Com. Vicente P. Penido.

A grande façanha do time foi em 1996, quando disputou a Copa Vale de Futebol, ao lado das equipes do Cruzeirense, Jacareí, São José, Taubaté e XV de Novembro de Caraguatatuba.
O campeonato foi disputado entre 21 de Janeiro e 11 de Fevereiro foi dividido em uma primeira fase com cinco jogos onde se classificavam os quatro primeiros para disputa de semi-final e final.

A equipe do Aparecida se classificou na quarta colocação e disputou a semi-final contra o poderoso Burro da Central em uma partida única em Taubaté. O jogo terminou com o placar de 2 a 1 para o Furacão, com os gols marcados por Paloma e Romero.

A final seria então jogada em dois confrontos contra o São José, sendo o primeiro em Aparecida. A torcida fez a sua parte lotando o estádio. O time tentou corresponder em campo mas ao final dos dois confrontos a equipe Joseense chegou ao título.
Confiram como foi o jogo final

11 de Fevereiro de 1996
São José 2 x 0 Aparecida EC (Aparecida) 
Estádio Martins Pereira. 
Gols – Eduardo 16 e Claudinho 31 (2ºT) 
Árbitro: Paulo César de Oliveira. 
Auxiliares: Mário Pires do Amaral e Alaor José Rodrigues.
Expulsões: Celso e Sandro (São José). 
Cartões amarelos: Silvio, Silvinho e Claudinho (SJ); Nelson, Moisés e Vítor (Aparecida). 
Renda – R$ 5.000,00. Público – 1.000. 
São José: Wlamir; Josias, Silvio, Henrique (Celso) e Carlos Alberto; Oliveira, Abílio (Lindolfo) e Sandro; Silvinho (Eduardo), Silva e Claudinho.
Técnico – Tata. 
Aparecida: Altair; Nelson, Ânderson, Marcelo e Kubas; Moisés (Vítor), Said e Romero; Zé Carlos (Adriano), Paloma e Jaílton (Manó). 
Técnico: Arnaldo Madureira.

Marcelo Alves Bellotti