domingo, 28 de outubro de 2012

Mudança de Regras... como fazer?

Palmeiras e Internacional se enfrentaram no último sábado, dia 27 de outubro pelo campeonato brasileiro. Um lance se destacou pelo desfecho dado pelo árbitro do jogo. Bola levantada na área do Inter e o ótimo centroavante Argentino Barcos deu um soco na bola e mandou-a para o fundo da rede.

O árbitro do jogo, que não se perca pelo nome, o sr. Francisco Carlos do Nascimento que estava segundo imagem da Rede Globo a 15 metros do lance e não tinha a visão encoberta validou o gol. Depois da marcação absurda, seguiram-se várias comunicações do árbitro com seus auxiliares e por fim o gol foi anulado. O que ficou configurado foi que o árbitro teria sido avisado por alguém que teria visto ou teria a informação de que a TV havia mostrado que o lance foi ilegal.

O simples fato de um recurso eletrônico ter auxiliado a arbitragem já excita os debates na imprensa esportiva de todo o país. A opinião de que o recurso eletrônico deve auxiliar as decisões dos árbitros beira a unanimidade.

Porém o fato se encerra por si  pois não ouvi até agora como seria operacionalizado esse auxílio. Falam em chips na bola, em replay para lances polêmicos e "desafios" das equipes que se sentem prejudicadas. Mais uma vez tratam dos fins sem citar os meios. Uma partida de futebol é hoje um evento feito para a televisão. E um evento longo, de pelo menos duas horas em horários nobres, como domingo a tarde e na quarta-feira a noite.

Como escolher os jogos onde teremos a utilização do recurso? Sim, pois não há como esse recurso ser utilizado em 100% dos jogos. Como escolher?

Uma vez escolhido o jogo, como fazer a paralisação? Através de desafio, como é no Tênis ou no Futebol Americano? 

Imaginemos então em uma situação hipotética em que cada treinador tivesse direito a um desafio por lance polêmico. Vamos transportar essa situação para o jogo de sábado, entre Palmeiras e Internacional em Porto Alegre.

Nessa situação hipotética, o Palmeiras então teria feito o gol, o Inter faria o desafio e o gol seria anulado, como na realidade aconteceu. Problema resolvido? Vamos supor que o Inter já tivesse "queimado" o seu desafio em um outro lance polêmico de pênalti por exemplo. O lance seria validado mesmo com o erro da arbitragem? Ou teríamos um "lance especial para as dúvidas do árbitro"?

Supondo ainda que o lance tivesse sido validado e que o Palmeiras tivesse empatado o jogo. Ele ficou "parado" para a decisão do lance por quase cinco minutos. Ora, um jogo de futebol normalmente já tem quase duas horas de duração. como fazer para que esse jogo não se estenda demais a ponto de ficar desinteressante para a TV?

Sim, pois caso o lance tivesse sido validado e o Palmeiras chegasse ao empate, quando o jogo se encaminhasse para o final o banco do Verdão iria desafiar até arremesso lateral, afim de "esfriar o adversário". Os técnicos já fazem isso hoje, com substituições nos acréscimos  somente para "parar o jogo". Como ficaria essa situação?

O futebol é fascinante e hoje pelos investimentos feitos, não pode ser tratado dessa maneira, admitindo-se tantos erros e sem perspectivas de renovação. Mas a discussão deve descer do palanque que hoje somente faz vender jornais e ser tratada como realidade, com propostas, discussões e debates. Esse é o caminho que eu vejo para o futebol profissional hoje.

Enquanto o assunto for discutido somente nessa superficialidade será para mim apenas uma falácia, própria da crônica esportiva que em geral tem a solução para todos os problemas que assolam a humanidade.

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 13 de outubro de 2012

13 de Outubro de 1977...

Hoje é dia 13 de Outubro. Há exatos 35 anos um jogo de futebol marcou o fim da história de um sofrimento de 22 anos. O Esporte Clube Corinthians Paulista sagrava-se campeão novamente. Matematicamente foram 22 anos, 8 meses e 6 dias... para o torcedor, foi uma vida inteira de sofrimento e dor. Para os adversários.... mais de duas décadas de gozações.

Nesse período passaram pelo clube nomes como Roberto Rivelino e Garrincha, por exemplo, sem conseguir dar alegrias a torcida. Nada adiantava, contratações milhonárias ou revelações das categorias menores... todas elas sucumbiam ao final de mais uma temporada sem títulos.

O adversário era o que menos interessava. No caso, a poderosa Ponte Preta do goleiro Carlos, dos laterais Jair (Picerni) e Odirlei, do meio de campo mágico de Vanderlei, Marco Aurelio e Dicá... de Rui Rei e Tuta no ataque... eram os campineiros os favoritos ao título.

O período sem título não apequenou o time do Parque São Jorge. Pelo contrário... sua torcida tornou-se a partir desse jejum uma das maiores do país e tornou o sofrimento como a "marca registrada" do time até hoje.

E era essa a grande força do Corinthians. No elenco, nenhum jogador de grande nome ou grande destaque, a não ser o ponta Edu, já em final de carreira vido do Santos e de Palhinha, contratado do futebol Mineiro e com passagens pela seleção na época. O forte do time era a "pegada" e a competitividade.


A final foi disputada em três jogos. No primeiro a vantagem foi para o Corinthians, com  um "gol de cara" de Palhinha, o timão venceu a Ponte pelo placar de 1 a 0.

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O segundo jogo poderia marcar o fim do jejum, pois o Corinthians jogava pelo empate. A fiel respondeu e deu ao estádio do Morumbi o seu recorde de público com 138.032 pagantes, público que jamais foi superado. Porém o esforço foi em vão. Ao final, o placar marcava a vitória da Ponte Preta pelo placar de 2 a 1. A decisão ia para o terceiro jogo.

Jogo polêmico... arbitragem de Dulcídio Wanderley Boschilia prometia ser polêmica. No segundo jogo, o centroavante da Ponte Preta Rui Rei comandou a arbitragem de Romualdo Arpi Filho. Dulcídio declarou que no seu jogo, ia ser diferente...

E foi... logo aos treze  minutos do primeiro tempo, o árbitro expulsou Rui Rei de campo após reclamação do atacante por um lance isolado de impedimento. Por conta dessa expulsão, o juiz foi acusado de ter recebido suborno para fazer com que o Corinthians fosse campeão. "Ele me mandou tomar… Se eu não o botasse para fora, ele passaria a mandar no jogo", contou, oito anos mais tarde. "E, lá dentro, só eu mando." Foi suspenso por 120 dias por supostamente agredir o zagueiro ponte-pretano Polozzi, que depois confirmaria que não foi Dulcídio que o agrediu. Em entrevista, disse à revista Placar afirmou que foi comprado sem saber por dois milhões de cruzeiros para aquela partida: três pessoas supostamente da Federação Paulista teriam pedido dinheiro ao Corinthians para comprá-lo. "Sei quem são e só não os denuncio porque não tenho provas concretas", disse. "Juro que o cara-de-pau que fosse oferecer suborno naquele jogo iria morrer." (fonte: Wikipédia).

Então, o lance do gol... tão sofrido como não podia deixar de ser para a nação Corinthiana... Osmar Santos, na época locutor da Radio Jovem Pan descreveu o lance com grande inspiração... “E que Gooooool. Coringão na frente. Olha o espetáculo, olha a emoção e a motivação. Olha a festa no Brasil. Você enche de lagrimas os olhos desse povo. Você enche de felicidade o coração desta gente. Corinthians, o grito sufocado de um povo. O grito do fundo do coração de um torcedor. Depois de vinte anos, a Fiel está explodindo. 22, 23, duas dezenas de anos na cabeça desse povo, tumultuando meu povo. O Corinthians, que, na explosão, exibe o maior espetáculo do território brasileiro. Corinthians, você acima de tudo é a alma deste povo. Você liga a imagem do sorriso e a felicidade das raízes do povo, Corinthians. Hoje a cidade é do povo. Tem que ter festa alvinegra. Tem que cobrir as ruas da cidade de paixão e loucura. Com felicidade que desabrocha e contagia o povo pelas avenidas. Hoje é o verdadeiro dia do povo. Dia de cantar a alegria e ser feliz. Dia de sair gritando com a crista alta, muito alta. Hoje mais do que nunca a cidade é do povo. Festa do povo. Basílio pro pedaço, Basílio, 37 minutos do segundo tempo. Doce mistério da vida este Corinthians. Inexplicável Corinthians. Vai buscar alegria no fundo da alma do povo.”



Era o fim de um martírio. Há 35 anos, o Corinthians tornava-se campeão Paulista. Tobias, Zé maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basilio e Luciano, Vaguinho, Geraldão e Romeu. Ainda no elenco, tinha o ponta Edu, Adãozinho, Jairo, Palhinha, Zé Eduardo, Givanildo, Neca e Lance.

Marcelo Alves Bellotti

domingo, 7 de outubro de 2012

Festa do Futebol

O futebol segue apaixonando multidões e cada vez mais se consolida como principal esporte no planeta. Não por acaso, a FIFA tem hoje no mundo mais países associados do que a ONU. Nesse fim de semana a festa do futebol trouxe algumas "perolas" para deliciar seu telespectadores no mundo.

Nesse fim de semana no Brasil tivemos um jogo impressionante na série B entre Atlético-PR contra o América-MG. Partida emocionante que só foi decidida nos últimos instantes graças a um gol do "interminável" e sempre competente Paulo Baier, que aos 49 minutos do segundo tempo marcou a vitória do Atlético-PR pelo placar de 5 a 4.

Na série A o Atlético Mineiro mostrou uma atuação de gala de Ronaldinho Gaúcho. Com um drama pessoal grande, pela morte do seu padrasto e com a sua mãe com um problema grave de saúde, Ronaldo fez lembrar os tempos de Barcelona, quando foi eleito o melhor do mundo.

São Paulo e Palmeiras fizeram um clássico "sem susto" porém com sequelas. Luis Fabiano e Valdívia saíram de campo com contusões que pareceram sérias. O resultado de 3 a 0 a favor do tricolor paulista só confirma a superioridade de um time sobre o outro. Favorito para o título nacional, o Tricolor carioca bateu o Botafogo pelo placar mínimo e ruma firme na liderança do campeonato.

Mas o grande jogo do fim de semana foi jogado pelo campeonato espanhol. Novamente esperado por todos como "o jogo do ano", Barcelona e Real Madrid fizeram "o clássico". E suas principais estrelas confirmaram sua importância e toda a expectativa criada sobre a sua participação. O jogo foi bem disputado e os destaques foram justamente Messi e Cristiano Ronaldo fizeram dois gols cada e marcaram o resultado de dois a dois.

Na Itália, o Derby dela Madonina, como é conhecido o jogo entre Inter e Milan terminou com a vitória da Inter pelo placar mínimo e demonstrou de maneira clara a decadência do futebol na Itália, particularmente no Milan, cujos principais jogadores hoje só pensam em quando vão deixar o clube.

Essa foi a festa do futebol no fim de semana. E tudo pela TV. Tempos Modernos.

Marcelo Alves Bellotti