sábado, 27 de agosto de 2011

As empresas e o futebol moderno

Um dia, após a aprovação de uma lei que levava o seu nome, Pele decretou que, no Brasil estava chegando ao fim o período de escravidão no Futebol. Estava abolida a lei do Passe.

Isso já era esperado, após o movimento ter sido feito com sucesso na Europa, a tendência era de que chegasse rapidamente no Brasil.

Acontece que as pessoas que elaboraram a Lei a fizeram cheia de imperfeições e de brechas. Acabou tirando o direito dos clubes e passando-os para empresários.

Criaram a figura do Agente de Futebol, do Procurador e do Empresário. Hoje temos cluber paupérrimos e empresários milhonários, determinando aonde jogam os seus jogadores.

Isso tudo por um rancor de que todo dirigente é incopentente e que o futebol na verdade só será bem administrado quando se transformarem Empresa.

Isso foi pensado pelo valor que os clubes grandes movimentam, transformariam-se em Sociedades Anônimas e teriam ações em bolsa, sujeitas ao controle da CVM, etc.

Ledo engano... até hoje me pergunto se isso não foi proposital. Os clubes grandes até hoje não tiveram nenhum interesse em se transformar em Sociedades Anônimas e pelo que diz a Lei, surgiram as sociedades por quotas de responsabilidade limitada.

Sim, pois não se imagina que estruturas profissionais em cidades pequenas negociem suas ações em bolsa. Surgiram então os Clube-Empresa em cidades menores, como o time da Traffic, em Porto Feliz (mesmo com a sede da Traffic em São Paulo).

Eis a grande discussão do momento... A sede!!!

Estruturas profissionais quando instaladas em cidades menores exigem do poder público local, algumas regalias e isenções. Isso é normal no mundo corporativo, embora não pareça ético.

Prefeitos concedem isenções, incentivos, conversam com as empresas da cidade, reformam seus estádios, enfim... tudo pra receber empresas dispostas a investir no futebol e expor a sua cidade no cenário estadual ou nacional.

Como o futebol é paixão, logo há um racha entre prefeito e empresário e a parceria se desfaz.

Assim ocorreu por exemplo em Guaratinguetá, que levou a empresa a procurar uma estrutura em Americanaque prontamente recebeu a estrutura de portas abertas, mesmo já possuindo um clube tradicional na cidade, no caso o Rio Branco.

A empresa tem que pagar a sua conta no final do ano. Se não deu certo em Guaratinguetá, vamos a Americana, em Barueri, em Paulínia ou em qualquer prefeitura que aceite receber um time de futebol.

Prefeituras não faltam.

Essa é a modernidade. Bem-vindos!

Marcelo Alves Bellotti

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