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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira



Nascido em 19 de fevereiro de 1954, o Paraense de Belém foi em sua vida um dos maiores jogadores de futebol que esse país já teve. Polêmico em suas declarações, nunca escondeu seu lado boêmio e suas preferências políticas.

Sócrates iniciou sua carreira futebolística em meio ao curso de medicina na USP de Ribeirão Preto jogando pelo Botafogo. Logo se destacou no título da Taca Cidade de São Paulo em 1977. Pretendido pelo São Paulo, o Doutor como era conhecido, acabou se transferindo para o Corinthians, graças a uma manobra de bastidores do então presidente corintiano, Vicente Mateus.
Certamente o Corinthians foi o grande time onde Sócrates jogou. Ao lado primeiro de Geraldão, depois de Palhinha e por último seu amigo Casagrande, Sócrates viveu no timão as suas grandes alegrias e a melhor fase de sua carreira, com os títulos paulistas de 1979, e o bi campeonato 1982/83.

Nessa época, o jogador liderou um movimento político em meio a um processo de redemocratização do país, a democracia corintiana  que determinava liberdade aos jogadores sempre com responsabilidades.


Atuante e sempre se posicionando com relação ao momento político do país, participou do movimento "Diretas Já" que lutava pela eleição direta para presidente da República.

Sócrates jogou ainda na Fiorentina, no Flamengo e no Santos. Participou com destaque de duas copas do Mundo, em 1982 formou um meio campo com Falcão, Toninho Cerezo e Zico que encantou o mundo da bola.

Sua atuação foi além dos gramados, lançou livros (Ser Campeão é Detalhe - 2011 e Democracia Corinthians - 2002). Era articulista da revista Carta Capital e integrante da equipe do Cartão Verde, programa esportivo da TV Cultura.


Porém perdeu a batalha contra o alcoolismo. Sócrates teve seus problemas de saúde agravados a partir de agosto de 2011, até que na madrugada de 4 de dezembro de 2011 deixou-nos órfãos de seu talento e da sua irreverência.

Certa vez quando perguntado sobre sua própria morte, o doutor respondeu:  "Quero morrer em um Domingo e com o Corinthians Campeão".

E foi feita a sua vontade! No dia 4 de dezembro de 2011, exatamente a um ano atrás, o Corinthians era decretado Campeão Brasileiro de futebol, após um empate contra o Palmeiras. Seguiram-se homenagens do Botafogo e da Fiorentina, destaques no site da FIFA e até da Presidente do Brasil.

O Corinthians, clube de coração do Doutor soltou essa nota no dia da sua morte... 

Hoje, que seria um dia apenas de alegria pela decisão do Brasileirão, começou triste para o futebol brasileiro, principalmente para os corinthianos.
Um dos maiores ídolos da história do Timão, Sócrates Brasileiro Sampaio de Sousa Vieira de Oliveira morreu às 4h30m da madrugada deste domingo, em consequência a um choque séptico, no Hospital Albert Einstein, em São Paulo. Ele tinha 57 anos e era pai de seis filhos.
Sócrates disputou 297 jogos, marcou 172 gols e venceu três Campeonatos Paulistas (1979, 1982 e 1983) com a camisa do Timão, além de ter sido um dos principais idealizadores da Democracia Corinthiana.
O Sport Club Corinthians Paulista e toda a sua Fiel Torcida se despedem com tristeza do Magrão, mas também ficamos agradecidos pela honra de ter visto um dos maiores jogadores da história do futebol vestindo o manto alvinegro por tantos jogos. Obrigado pelos lindos gols, pelos toques geniais, pelo futebol magistral que só Sócrates tinha.
Obrigado, Doutor! 

Sócrates uma vez declarou que só havia uma maneira de se destacar no futebol, já que declaradamente ele não gostava de treinar... tornando-se diferenciado. E assim foi a sua carreira profissional e na sua vida pessoal... Pessoas podem gostar ou não do Doutor, mas não há como negar que ele foi diferenciado!


Descanse em paz...

Marcelo Alves Bellotti

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bebo, Fumo e Penso!

O futebol brasileiro perdeu no domingo um grande personagem. Faleceu Sócrates Brasileiro Sampaio de Souza Vieira de Oliveira. Sócrates começou a sua carreira no Botafogo de Ribeirão Preto, mas o seu melhor desempenho como profissional foi defendendo o Corinthians. Chegou em 78 e permaneceu até 1984, período que conquistou três campeonatos paulistas. Jogou na Fiorentina da Itália, depois retornou para o Brasil, jogando no Flamengo e no Santos.

Pela seleção Brasileira, jogou desde 1979 até a Copa de 1986. Não marcou a sua carreira por muitos títulos, mas sim pela sua personalidade e por lutar por aquilo que acreditava. A partir de 1981 ajudou a conscientizar os jogadores a começar pelo fim da concentração e depois pela participação do jogador de futebol nos processos de decisão de um time de futebol. Tudo era votado, como escolha do técnico ou de um novo jogador. Porém cada um tinha a sua responsabilidade. O fato do grupo escolher o treinador, não dava o direito de opinar quanto a escalação ou como o time deveria jogar. 

Isso parece muito pouco, porém nenhuma dessas atitudes fogem do contexto. Em 1981 estávamos buscando a anistia a presos políticos e em processo de redemocratização do país. Por conta disso, muitos assuntos ainda permaneciam como verdadeiros tabus e eram combatidos com veemência.

Hoje o movimento não faria muito sentido, pelo menos não com esse nome (Democracia Corinthiana) escolhido pelo publicitário Washington Olivetto. Mas a discussão ainda é atual... fim da concentração, papel do jogador de futebol na sociedade... Esse tipo de assunto, extremamente evitado pelo profissional de hoje, foi enfrentado pelos representantes do movimento na época.

Após o final da carreira, Sócrates perdeu muito da sua participação na sociedade, mas sempre que podia, dava suas opiniões fortes e contundentes sempre buscando o melhor para uma categoria (Atleta profissional). Amava o Brasil, a ponto de participar do movimento Diretas Já na década de 80 mas não hesitava em dizer da sua contrariedade da disputa da Copa do Mundo no país.

O doutor sempre me motivou a ir ao estádio. Sua maneira não-atleta de jogar me encantava. Foi um gênio para os apaixonados pelo futebol. Para os céticos, um cara que queria apenas a bagunça e acabou morrendo por uma doença causada pela bebida.



Sócrates nunca escondeu sua condição pessoal. Bebia muito... tanto que teve o problema que o levou ao óbito. Fumava também, não gostava de concentrações. Mas como disse o título... pensava!

E jogava demais!!! Descanse em paz, doutor...

Marcelo Alves Bellotti