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sábado, 21 de junho de 2014

Oberdan Cattani - Um mito na meta do Palestra

Ontem, no dia 20 de junho de 2014, faleceu o eterno goleiro do palmeiras, Oberdan Cattani. Tinha 95 anos e era o único remanescente vivo que tinha atuado no time quando ele ainda chamava-se Palestra Itália.  O velório começou na manhã deste sábado no Ginásio Palestra Itália e se estenderá até as 16h. Oberdan será enterrado no Cemitério de São Paulo, em Pinheiros, em cerimônia que se inicia às 17h.

O goleiro foi o primeiro grande ídolo na história do torcedor palmeirense. Jogou pelo time alviverde durante o período de 1941 a 1954 com números incríveis, com 351 partidas, sendo 207 vitórias, 76 empates e 68 derrotas.

Nesse período, conquistou a Copa Rio Internacional de 1951 (considerado por muitos palmeirenses como um título mundial), o torneio Rio-São Paulo de 1951 e os títulos paulistas de 1942, 1944, 1947 e 1950. Na conquista do título de 51, o goleiro não atuou contra a Juventus, sendo substituído por Fábio Crippa.

Mais do que esses títulos, Oberdan conquistou a torcida palmeirense. Famoso pela lenda de conseguir segurar a bola com apenas uma das mãos. Ao lado de nomes como Leão, Valdir de Morais e de Marcos, sempre será lembrado como um dos melhores goleiros da história palmeirense.

Felipão falou hoje em nome de todos os membros da Comissão Técnica da seleção brasileira que trabalharam no Palmeiras, lamentando a morte de Oberdan.

Mas seria também injusto não citar que o grande Oberdan também vestiu a camisa do Juventus. Foi no ano de 1954 e 1955 onde apesar de não ter ganho nenhum título, Oberdan se orgulha de ter vestido o manto Juventino e sobretudo dos amigos que conheceu no time da Moóca.

Um mito nunca morre. As defesas e as histórias de Oberdan ficarão sempre marcadas na memória do torcedor palestrino. Descanse em paz!

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 15 de dezembro de 2012

Futebol - Histórias de Intolerância e Abandonos...

O futebol guarda na sua histórias, alguns casos célebres de abandono de campo. Na última quarta-feira, pudemos ver de perto novamente essa prática antiga, tipica do time que está em inferioridade e que em um último gesto de protesto e indignação, decide pela total radicalização e deixa o campo de jogo.

O Tigre não pareceu em nenhum momento no jogo em São Paulo, querer jogar bola, apenas fazer do confronto uma guerra e de todo lance uma polêmica. Produziu um fato e lançou a polêmica no ar, se recusando a voltar do intervalo e agora contestando o título do São Paulo. O caso será investigado pelos órgãos competentes e promete desdobramentos nos próximos dias.

Esse acontecimento fez alguns torcedores citarem uma partida de 1942, uma decisão entre São Paulo e Palmeiras em que o São Paulo abandonou o campo, a exemplo do Tigre. Falou-se muito dessa partida, com foco apenas no fato do abandono do São Paulo. Resolvi pesquisar sobre a partida, famosa não somente por esse lance mas por toda uma história de intolerância e ódio no futebol.

Estávamos em 1942, o auge da Segunda Guerra Mundial marcava batalhas entre Americanos e Ingleses sobretudo contra investidas japonesas para conquista da Austrália e da Alemanha em direção a Russia. No Brasil vivíamos um Governo totalitário, denominado posteriormente de Estado Novo, implantado após um golpe de Estado em 1937 e comandado por Getúlio Vargas.

O futebol seria então influenciado pela Guerra. O Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Começava então um período de perseguição as colônias desses países no Brasil. Então, por exemplo o Sport Club Germânia passou a se chamar Esporte Clube Pinheiros. O governo Vargas decretou que nenhuma entidade com sede no país pudesse fazer uso de nomes relacionados a países do Eixo.

Essa decisão fez com que a Società Sportiva Palestra Italia então decidisse alterar o nome para Palestra de São Paulo.

Porém a alteração não agradou totalmente o poder político vigente tanto na esfera esportiva quanto na comum, as pressões aumentavam para que o time fosse retirado do campeonato e que perdesse o seu patrimônio para outro clube. O time palestrino era considerado por muitos como "inimigo da Pátria".

Nessa época diziam que o campeonato era decidido na cara ou coroa: Ou Palestra ou Corinthians eram os vencedores no final de cada campeonato. Em 1942 surgia então o São Paulo como força para combater a hegemonia de Corinthians e Palestra. Tanto que no campeonato seguinte, que o São Paulo foi campeão, diziam que a moeda "caiu em pé"

O fato que as finais do Paulistão de 1942 reuniam São Paulo, Corinthians e Palestra de São Paulo. A pressão foi tanta para o jogo contra o São Paulo que as vésperas da partida, no dia 14 de setembro, uma reunião da diretoria paelstrina resolveu alterar o nome de Palestra Italia para Palmeiras, por sugestão do Dr. Mario Minervino.

Em 20 de setembro de 1942 no Pacaembu, o São Paulo entrou em campo para enfrentar a Sociedade Esportiva Palmeiras, que entrou em campo conduzindo uma bandeira do Brasil. O jogo foi extremamente tenso, com ânimos acirrados dos dois lados, já que se dizia que o São Paulo reivindicava para si o patrimônio do Palestra Italia.

O Palmeiras já vencia o jogo pelo placar de 3 a 1 quando  aos 19 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou um pênalti cometido por Virgilio, que posteriormente seria expulso. A equipe tricolor não aceitou a marcação do pênalti e se recusou a continuar jogando. 

Os gols do Palmeiras foram marcados por Claudio (Cristóvão Pinho, maior artilheiro da história do Corinthians), José Del Nero (pai de Marco Polo Del Nero, presidente da FPF) e Echevarrieta. O recém nascido Palmeiras tornava-se campeão Paulista de 1942 devido ao abandono do jogo por parte do seu adversário. O vice-campeão foi o Corinthians e o São Paulo ficou com o terceiro lugar.

Esses são os fatos, descritos apenas sem emoção ou qualquer juízo de valor. Essa partida ficou marcada como o início de uma época de intolerância entre as equipes de São Paulo e Palmeiras devido a tudo o que se cercou no contexto da sua realização. 

Não cabe aqui qualquer julgamento do fato... apenas o relato histórico. A opinião pertence a vocês!!!

Marcelo Alves Bellotti