Era para ser uma festa do futebol, uma semi-final brasileira em um torneio sulamericano. Mas temos a figura do São Paulo Futebol Clube envolvida e quando isso ocorre não há festas.
O São Paulo sempre busca um confronto de poder nessas ocasiões. Se lembrarmos, o time já alterou o jogo final contra o Atlético-PR, solicitou arbitragens estrangeiras contra clubes brasileiros e recentemente fez o inverso, seguindo seus interesses.
É claro que sempre age de acordo com o regulamento. No caso da alteração do estádio, sempre que o fez foi baseado no regulamento da competição. A Ponte Preta tem seu estádio conhecido como "Majestoso", com capacidade que varia de acordo com o gosto do cliente. Na última medição ocorrida nesta semana, segundo o site do Globo Esporte, o estádio tem capacidade para 20.970 lugares.
O fato é que o regulamento da Conmebol diz que as partidas terão que ser realizadas em um estádio com capacidade mínima de 20 mil lugares. Porém essa exigência só vale a partir das quartas de final.
Por outro lado, o São Paulo alega que o que o fez solicitar a alteração no mando foi a falta de segurança e não a capacidade. João Paulo de Jesus Lopes lembrou do último jogo do Brasileiro, quando obras no estádio impediram a torcida do São Paulo a comparecer no Majestoso.
Porém, novamente convido a todos a uma reflexão: O que está acontecendo nesse caso específico? A luta de um clube em nome da segurança dos seus torcedores ou um jogo político, de demonstração de poder?
O Presidente Juvenal Juvencio ficou alheio a essa discussão, não atendeu a uma visita do presidente da Ponte Preta Marcio Della Volpe que iria propor um acordo e assim o São Paulo reiterou a sua postura de não jogar no Majestoso.
Acredito em falta de segurança em todos os campeonatos. Um estádio não pode ser inseguro somente para uma fase da competição. Com relação a capacidade então nem se fala... já tivemos uma final de Libertadores no Parque Antártica, em 2013 a final da Copa do Brasil foi disputada em um estádio para pouco mais de 20 mil pessoas, enfim... quando há um bom senso entre as partes, pode existir um acordo.
No jogo político do São Paulo há uma resposta ao boicote que os clubes fazem contra os "convites" feitos pelo São Paulo a jogadores da base de outros clubes, sobretudo os de menor orçamento. Recentemente a Ponte Preta reclamou o fato do São Paulo ter "convencido" o goleiro Lucão, revelação da Ponte e tirular da seleção brasileira a treinar no time do Morumbi.
Enfim, o que aparece nas câmeras é uma solicitação para que o regulamento seja cumprido, porém nos bastidores, ferve a briga política por demonstração de poder. Tudo isso as portas de uma eleição na CBF.
Nem tudo é aquilo que aparenta ser! Nem a derrota no primeiro jogo fará com que o time do Morumbi mude a sua portura. Não se trata de esportividade ou questões de segurança. É simplesmente jogo de poder.
Marcelo Alves Bellotti
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