Pela seleção Brasileira, jogou desde 1979 até a Copa de 1986. Não marcou a sua carreira por muitos títulos, mas sim pela sua personalidade e por lutar por aquilo que acreditava. A partir de 1981 ajudou a conscientizar os jogadores a começar pelo fim da concentração e depois pela participação do jogador de futebol nos processos de decisão de um time de futebol. Tudo era votado, como escolha do técnico ou de um novo jogador. Porém cada um tinha a sua responsabilidade. O fato do grupo escolher o treinador, não dava o direito de opinar quanto a escalação ou como o time deveria jogar.
Isso parece muito pouco, porém nenhuma dessas atitudes fogem do contexto. Em 1981 estávamos buscando a anistia a presos políticos e em processo de redemocratização do país. Por conta disso, muitos assuntos ainda permaneciam como verdadeiros tabus e eram combatidos com veemência.
Hoje o movimento não faria muito sentido, pelo menos não com esse nome (Democracia Corinthiana) escolhido pelo publicitário Washington Olivetto. Mas a discussão ainda é atual... fim da concentração, papel do jogador de futebol na sociedade... Esse tipo de assunto, extremamente evitado pelo profissional de hoje, foi enfrentado pelos representantes do movimento na época.
Após o final da carreira, Sócrates perdeu muito da sua participação na sociedade, mas sempre que podia, dava suas opiniões fortes e contundentes sempre buscando o melhor para uma categoria (Atleta profissional). Amava o Brasil, a ponto de participar do movimento Diretas Já na década de 80 mas não hesitava em dizer da sua contrariedade da disputa da Copa do Mundo no país.
O doutor sempre me motivou a ir ao estádio. Sua maneira não-atleta de jogar me encantava. Foi um gênio para os apaixonados pelo futebol. Para os céticos, um cara que queria apenas a bagunça e acabou morrendo por uma doença causada pela bebida.
Sócrates nunca escondeu sua condição pessoal. Bebia muito... tanto que teve o problema que o levou ao óbito. Fumava também, não gostava de concentrações. Mas como disse o título... pensava!
E jogava demais!!! Descanse em paz, doutor...
Marcelo Alves Bellotti
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