O Tigre não pareceu em nenhum momento no jogo em São Paulo, querer jogar bola, apenas fazer do confronto uma guerra e de todo lance uma polêmica. Produziu um fato e lançou a polêmica no ar, se recusando a voltar do intervalo e agora contestando o título do São Paulo. O caso será investigado pelos órgãos competentes e promete desdobramentos nos próximos dias.
Esse acontecimento fez alguns torcedores citarem uma partida de 1942, uma decisão entre São Paulo e Palmeiras em que o São Paulo abandonou o campo, a exemplo do Tigre. Falou-se muito dessa partida, com foco apenas no fato do abandono do São Paulo. Resolvi pesquisar sobre a partida, famosa não somente por esse lance mas por toda uma história de intolerância e ódio no futebol.
Estávamos em 1942, o auge da Segunda Guerra Mundial marcava batalhas entre Americanos e Ingleses sobretudo contra investidas japonesas para conquista da Austrália e da Alemanha em direção a Russia. No Brasil vivíamos um Governo totalitário, denominado posteriormente de Estado Novo, implantado após um golpe de Estado em 1937 e comandado por Getúlio Vargas.
O futebol seria então influenciado pela Guerra. O Brasil declarou guerra aos países do Eixo. Começava então um período de perseguição as colônias desses países no Brasil. Então, por exemplo o Sport Club Germânia passou a se chamar Esporte Clube Pinheiros. O governo Vargas decretou que nenhuma entidade com sede no país pudesse fazer uso de nomes relacionados a países do Eixo.
Essa decisão fez com que a Società Sportiva Palestra Italia então decidisse alterar o nome para Palestra de São Paulo.
Porém a alteração não agradou totalmente o poder político vigente tanto na esfera esportiva quanto na comum, as pressões aumentavam para que o time fosse retirado do campeonato e que perdesse o seu patrimônio para outro clube. O time palestrino era considerado por muitos como "inimigo da Pátria".
Nessa época diziam que o campeonato era decidido na cara ou coroa: Ou Palestra ou Corinthians eram os vencedores no final de cada campeonato. Em 1942 surgia então o São Paulo como força para combater a hegemonia de Corinthians e Palestra. Tanto que no campeonato seguinte, que o São Paulo foi campeão, diziam que a moeda "caiu em pé"
O fato que as finais do Paulistão de 1942 reuniam São Paulo, Corinthians e Palestra de São Paulo. A pressão foi tanta para o jogo contra o São Paulo que as vésperas da partida, no dia 14 de setembro, uma reunião da diretoria paelstrina resolveu alterar o nome de Palestra Italia para Palmeiras, por sugestão do Dr. Mario Minervino.
Em 20 de setembro de 1942 no Pacaembu, o São Paulo entrou em campo para enfrentar a Sociedade Esportiva Palmeiras, que entrou em campo conduzindo uma bandeira do Brasil. O jogo foi extremamente tenso, com ânimos acirrados dos dois lados, já que se dizia que o São Paulo reivindicava para si o patrimônio do Palestra Italia.
O Palmeiras já vencia o jogo pelo placar de 3 a 1 quando aos 19 minutos do segundo tempo, o árbitro marcou um pênalti cometido por Virgilio, que posteriormente seria expulso. A equipe tricolor não aceitou a marcação do pênalti e se recusou a continuar jogando.
Os gols do Palmeiras foram marcados por Claudio (Cristóvão Pinho, maior artilheiro da história do Corinthians), José Del Nero (pai de Marco Polo Del Nero, presidente da FPF) e Echevarrieta. O recém nascido Palmeiras tornava-se campeão Paulista de 1942 devido ao abandono do jogo por parte do seu adversário. O vice-campeão foi o Corinthians e o São Paulo ficou com o terceiro lugar.
Esses são os fatos, descritos apenas sem emoção ou qualquer juízo de valor. Essa partida ficou marcada como o início de uma época de intolerância entre as equipes de São Paulo e Palmeiras devido a tudo o que se cercou no contexto da sua realização.
Não cabe aqui qualquer julgamento do fato... apenas o relato histórico. A opinião pertence a vocês!!!
Marcelo Alves Bellotti
Bellotti e amigos do blog!
ResponderExcluirPassei aqui para desejar a todos um Feliz Natal e um Próspero Ano Novo! Que a saúde e a paz estejam presentes em todos os dias de 2013. Boas Festas!
Fé e acreditar sempre é o lema, por isso: "Não desistam dos seus sonhos... lutem sempre". Fiquem com Deus!!!
Cordialmente,
Marcelo Santos
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