O árbitro do jogo, que não se perca pelo nome, o sr. Francisco Carlos do Nascimento que estava segundo imagem da Rede Globo a 15 metros do lance e não tinha a visão encoberta validou o gol. Depois da marcação absurda, seguiram-se várias comunicações do árbitro com seus auxiliares e por fim o gol foi anulado. O que ficou configurado foi que o árbitro teria sido avisado por alguém que teria visto ou teria a informação de que a TV havia mostrado que o lance foi ilegal.
O simples fato de um recurso eletrônico ter auxiliado a arbitragem já excita os debates na imprensa esportiva de todo o país. A opinião de que o recurso eletrônico deve auxiliar as decisões dos árbitros beira a unanimidade.
Porém o fato se encerra por si pois não ouvi até agora como seria operacionalizado esse auxílio. Falam em chips na bola, em replay para lances polêmicos e "desafios" das equipes que se sentem prejudicadas. Mais uma vez tratam dos fins sem citar os meios. Uma partida de futebol é hoje um evento feito para a televisão. E um evento longo, de pelo menos duas horas em horários nobres, como domingo a tarde e na quarta-feira a noite.
Como escolher os jogos onde teremos a utilização do recurso? Sim, pois não há como esse recurso ser utilizado em 100% dos jogos. Como escolher?
Uma vez escolhido o jogo, como fazer a paralisação? Através de desafio, como é no Tênis ou no Futebol Americano?
Imaginemos então em uma situação hipotética em que cada treinador tivesse direito a um desafio por lance polêmico. Vamos transportar essa situação para o jogo de sábado, entre Palmeiras e Internacional em Porto Alegre.
Nessa situação hipotética, o Palmeiras então teria feito o gol, o Inter faria o desafio e o gol seria anulado, como na realidade aconteceu. Problema resolvido? Vamos supor que o Inter já tivesse "queimado" o seu desafio em um outro lance polêmico de pênalti por exemplo. O lance seria validado mesmo com o erro da arbitragem? Ou teríamos um "lance especial para as dúvidas do árbitro"?
Supondo ainda que o lance tivesse sido validado e que o Palmeiras tivesse empatado o jogo. Ele ficou "parado" para a decisão do lance por quase cinco minutos. Ora, um jogo de futebol normalmente já tem quase duas horas de duração. como fazer para que esse jogo não se estenda demais a ponto de ficar desinteressante para a TV?
Sim, pois caso o lance tivesse sido validado e o Palmeiras chegasse ao empate, quando o jogo se encaminhasse para o final o banco do Verdão iria desafiar até arremesso lateral, afim de "esfriar o adversário". Os técnicos já fazem isso hoje, com substituições nos acréscimos somente para "parar o jogo". Como ficaria essa situação?
O futebol é fascinante e hoje pelos investimentos feitos, não pode ser tratado dessa maneira, admitindo-se tantos erros e sem perspectivas de renovação. Mas a discussão deve descer do palanque que hoje somente faz vender jornais e ser tratada como realidade, com propostas, discussões e debates. Esse é o caminho que eu vejo para o futebol profissional hoje.
Enquanto o assunto for discutido somente nessa superficialidade será para mim apenas uma falácia, própria da crônica esportiva que em geral tem a solução para todos os problemas que assolam a humanidade.
Marcelo Alves Bellotti
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