Hoje é dia 13 de Outubro. Há exatos 35 anos um jogo de futebol marcou o fim da história de um sofrimento de 22 anos. O Esporte Clube Corinthians Paulista sagrava-se campeão novamente. Matematicamente foram 22 anos, 8 meses e 6 dias... para o torcedor, foi uma vida inteira de sofrimento e dor. Para os adversários.... mais de duas décadas de gozações.
Nesse período passaram pelo clube nomes como Roberto Rivelino e Garrincha, por exemplo, sem conseguir dar alegrias a torcida. Nada adiantava, contratações milhonárias ou revelações das categorias menores... todas elas sucumbiam ao final de mais uma temporada sem títulos.
O adversário era o que menos interessava. No caso, a poderosa Ponte Preta do goleiro Carlos, dos laterais Jair (Picerni) e Odirlei, do meio de campo mágico de Vanderlei, Marco Aurelio e Dicá... de Rui Rei e Tuta no ataque... eram os campineiros os favoritos ao título.
O período sem título não apequenou o time do Parque São Jorge. Pelo contrário... sua torcida tornou-se a partir desse jejum uma das maiores do país e tornou o sofrimento como a "marca registrada" do time até hoje.
E era essa a grande força do Corinthians. No elenco, nenhum jogador de grande nome ou grande destaque, a não ser o ponta Edu, já em final de carreira vido do Santos e de Palhinha, contratado do futebol Mineiro e com passagens pela seleção na época. O forte do time era a "pegada" e a competitividade.
A final foi disputada em três jogos. No primeiro a vantagem foi para o Corinthians, com um "gol de cara" de Palhinha, o timão venceu a Ponte pelo placar de 1 a 0.
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O segundo jogo poderia marcar o fim do jejum, pois o Corinthians jogava pelo empate. A fiel respondeu e deu ao estádio do Morumbi o seu recorde de público com 138.032 pagantes, público que jamais foi superado. Porém o esforço foi em vão. Ao final, o placar marcava a vitória da Ponte Preta pelo placar de 2 a 1. A decisão ia para o terceiro jogo.
Jogo polêmico... arbitragem de Dulcídio Wanderley Boschilia prometia ser polêmica. No segundo jogo, o centroavante da Ponte Preta Rui Rei comandou a arbitragem de Romualdo Arpi Filho. Dulcídio declarou que no seu jogo, ia ser diferente...
E foi... logo aos treze minutos do primeiro tempo, o árbitro expulsou Rui Rei de campo após reclamação do atacante por um lance isolado de impedimento. Por conta dessa expulsão, o juiz foi acusado de ter recebido suborno para fazer com que o Corinthians fosse campeão. "Ele me mandou tomar… Se eu não o botasse para fora, ele passaria a mandar no jogo", contou, oito anos mais tarde. "E, lá dentro, só eu mando." Foi suspenso por 120 dias por supostamente agredir o zagueiro ponte-pretano Polozzi, que depois confirmaria que não foi Dulcídio que o agrediu. Em entrevista, disse à revista Placar afirmou que foi comprado sem saber por dois milhões de cruzeiros para aquela partida: três pessoas supostamente da Federação Paulista teriam pedido dinheiro ao Corinthians para comprá-lo. "Sei quem são e só não os denuncio porque não tenho provas concretas", disse. "Juro que o cara-de-pau que fosse oferecer suborno naquele jogo iria morrer." (fonte: Wikipédia).
Então, o lance do gol... tão sofrido como não podia deixar de ser para a nação Corinthiana... Osmar Santos, na época locutor da Radio Jovem Pan descreveu o lance com grande inspiração... “E que Gooooool. Coringão na frente. Olha o espetáculo, olha a emoção e a motivação. Olha a festa no Brasil. Você enche de lagrimas os olhos desse povo. Você enche de felicidade o coração desta gente. Corinthians, o grito sufocado de um povo. O grito do fundo do coração de um torcedor. Depois de vinte anos, a Fiel está explodindo. 22, 23, duas dezenas de anos na cabeça desse povo, tumultuando meu povo. O Corinthians, que, na explosão, exibe o maior espetáculo do território brasileiro. Corinthians, você acima de tudo é a alma deste povo. Você liga a imagem do sorriso e a felicidade das raízes do povo, Corinthians. Hoje a cidade é do povo. Tem que ter festa alvinegra. Tem que cobrir as ruas da cidade de paixão e loucura. Com felicidade que desabrocha e contagia o povo pelas avenidas. Hoje é o verdadeiro dia do povo. Dia de cantar a alegria e ser feliz. Dia de sair gritando com a crista alta, muito alta. Hoje mais do que nunca a cidade é do povo. Festa do povo. Basílio pro pedaço, Basílio, 37 minutos do segundo tempo. Doce mistério da vida este Corinthians. Inexplicável Corinthians. Vai buscar alegria no fundo da alma do povo.”
Era o fim de um martírio. Há 35 anos, o Corinthians tornava-se campeão Paulista. Tobias, Zé maria, Moisés, Ademir e Wladimir; Ruço, Basilio e Luciano, Vaguinho, Geraldão e Romeu. Ainda no elenco, tinha o ponta Edu, Adãozinho, Jairo, Palhinha, Zé Eduardo, Givanildo, Neca e Lance.
Marcelo Alves Bellotti
PAIXÃO SEM LIMITES, ISSO É CORINTHIANS!!
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