A mensagem é emblemática..."Acaba, Campeonato Carioca, tem que acabar.". foi isso que o centroavante Fred disse a quem pudesse ouvir na sua saída após expulsão mal explicada no Fla-Flu ontem a noite no Maracanã.
A frase, ainda que esteja dentro de um contexto louvável contra a união de dois times grandes mais a federação carioca contra dois times grandes, simplesmente demonstra o desejo dos jogadores de elite desse país, o fim dos estaduais.
Os estaduais vão minguando... tem suporte financeiro em São paulo e Rio, que ajudam quatro times a manterem salários absurdos como os do próprio Fred, e em nome disso, vão criando fórmulas esdrúxulas para impedir que esses quatro times coloquem times mistos ou reservas, prejudicando todos os outros.
Apertam um calendário para times que não disputam o certame nacional, fazendo com que estes disputem jogos a cada três dias sem orçamento para tal. No segundo semestre, lançam torneios para movimentar seus clubes e sem contar (ou sem procurar) apoio de emissoras de TV, esses torneios seguem deficitários e sem apelo.
Ninguém parece estar disposto a uma discussão, que viabilize o futebol como uma categoria profissional, que só em São Paulo movimenta 90 clubes em 4 divisões na FPF. Se a média salarial desses clubes forem de 3 salários mínimos, ou seja R$2.364,00 em clubes com cerca de 25 jogadores, teremos uma folha de pagamento de aproximadamente R$60 mil. Se projetarmos essa média para os 90 clubes teremos um negócio de R$5.319.000,00 mensais, além de 2.250 atletas profissionais com carteira assinada.
Mas hoje a grande discussão parece formar atletas para o mercado exterior, cada vez mais as seleções estão nacionalizando brasileiros em todas as partes do mundo. Assim assistimos passivamente times de cidades importantes simplesmente fechando ou jogando para cerca de 100 pessoas.
É Fred... talvez você tenha razão... a elite do futebol só consegue pagar jogadores como você se os estaduais acabarem! Ao invés de discutir algo mais racional, mesmo que signifique o fim da participação dos grandes... acabemos com tudo...
Pobre futebol...
Marcelo Alves Bellotti
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