terça-feira, 30 de setembro de 2014

Cadeiras em Estádios. Modernidade ou problema?

A WTorre, responsável pela construção e administração da arena do Palmeiras mesmo antes de inaugurar o estádio, já não aprova a ideia de retirar as cadeiras dos setores mais populares para satisfazer o desejo de suas torcidas organizadas.

Esse ato vem somente em resposta ao que fez o Corinthians, quando retirou de seu estádio as cadeiras nos setores da arquibancada onde ficam as torcidas organizadas e no espaço destinado aos torcedores visitantes. A medida, ao contrário do Grêmio que atendeu a uma solicitação de uma torcida organizada, não visa atender a pedidos, mas sim preservar o seu próprio patrimônio. Desde que o estádio foi inaugurado essas cadeiras vem sendo sistematicamente destruidas nesses setores. Só na abertura do estádio, em um evento FIFA, 217 cadeiras foram danificadas, sendo 55 no setor das organizadas. Os números por sí apesar de serem desencontrados, tornam a ação tomada pelo time paulista como uma resposta as atitudes dos torcedores e não visa o atendimento de qualquer pedido.

Vale ressaltar que cadeiras quebrdas em estádios de futebol não é algo que simples de resolver, nem é uma prerrogativa única do Estádio do Corinthians, como uma parte da crônica, sobretudo a Paulistana, quer fazer com que acreditamos.

Recentemente o Mineirão teve suas cadeiras quebradas no clássico. A Arena das Dunas também teve problemas regiatrados no jogo entre ABC e Vasco, válido pela série B do Brasileirão, além da Arena Fonte Nova, em um clássico Ba-Vi. No Morumbi, a situação não é diferente, com cadeiras e banheiros quebrados em clássicos pela torcida visitante e no Pacaembú tivemos recentemente um episódio com a torcidas depredando cadeiras. 

Esse problema se encontra presente então em todo o país e não é restrito a arenas, como quer insinuar parte da crônica paulista. Para resolvê-lo não bastam somentes ações repressivas, mas vontade geral de combater o problema. Esse é um problema que atinge a todos os estádios e a todas as torcidas. Os torcedores que frequentam as áreas mais populares dos estádios, em geral assistem os jogos de pé e os que frequentam os jogos clássicos nos espaços destinados aos visitantes, ou são de uniformizadas, onde impera a intolerãncia entre os rivais ou então são de tal maneira maltratados que respondem com a depredação.

Não adianta o clube desligar as luzes do estádio em um jogo as dez da noite logo após o seu término ou desligar a água nos banheiros no lado dos visitantes e esperar um comportamento exemplar da torcida. 

O problema tem que ser dimensionado e tratado de maneira adequada, olhando para um todo e não somente para o visual do Estádio em Itaquera ou o conceito de conforto nas novas arenas. 

Senão vira papo de bar... comum hoje em programas esportivos.

Marcelo Alves Bellotti

sábado, 6 de setembro de 2014

Caso Grêmio - Racismo ou Injúria racial

Vamos falar do caso da garota que na arquibancada do Estádio do Grêmio proferiu palavras ofensivas ao goleiro do Santos Aranha, no jogo em que o santos bateu o Grêmio pelo placar de dois a zero. Esse caso está sendo propagado e estão massacrando a garota na opinião pública. Acho que ela cometeu um crime, deve ser julgada e pagar pelo que fez.

Aliás, a garota é ré confessa, uma vez que admitiu ter chamado o goleiro do Santos de "macaco". O caso é que a opinião pública, por pura desinformação não consegue entender exatamente qual o crime que a garota cometeu e porque ela está respondendo na justiça.

Estamos lendo principalmente em redes sociais várias justificativas diferentes, dizendo que em estádios ocorrem intolerâncias, onde torcedores ofendem jogadores, árbitros, até membros da imprensa com palavras mais pesadas e que nada acontece, sendo portanto uma punição descabida. Tudo isso por conta da palavra "racismo".

Toda essa situação seria melhor explicada caso quem informa pudesse explicar de forma mais didática exatamente o que aconteceu naquele estádio, naquele dia. Mas ler não é o forte do brasileiro e se o caso fosse devidamente explicado não daria essa polêmica toda e não renderia tanta audiência, sobretudo nos programas estilo "papo de bar", comuns hoje até em canais pagos.

A garota não cometeu o crime de racismo. O que houve no estádio foi o crime de "injúria racial", que é diferente na essência. Explicando: 

Racismo - artigo 20 da Lei nº 7.716/89 - conduta discriminatória dirigida a um determinado grupo ou coletividade. O Racismo só será aplicado quando as ofensas não tenham uma pessoa ou pessoas determinadas, e sim venham a menosprezar determinada raça, cor, etnia, religião ou origem, agredindo um número indeterminado de pessoas. Por exemplo, negar emprego a judeus em uma determinada empresa, impedir entrada de negros em um restaurante. (crime inafiançável e imprescritível)

Injúria Racial - artigo 140, § 3º do Código Penal - Utilizar palavras depreciativas referentes a raça, cor, religião ou origem, com o intuito de ofender a honra subjetiva da vítima. Ela se caracteriza quando as ofensas de conteúdo discriminatório são empregadas a pessoa ou pessoas determinadas, procurando segregar a pessoa por sua cor, religião, ofendendo-a. Desde que o réu pague a fiança, ele poderá responder em liberdade. Com relação à prescrição, o delito prescreve em oito anos.

O crime de racismo é de ação pública incondicionada, ou seja, independe de representação da parte ofendida, enquanto a injúria racial por ser ação privada, precisa de representação da parte que se sinta ofendida em sua honra. 

Respondendo as inúmeras questões que surgem a respeito do tema, caso a pessoa se sinta ofendida ao ser chamada de "macaco", ou a atirarem uma banana em campo, ou praticarem qualquer tipo de injúria, chamando-a de ladrão, ou discorrendo sobre a homosexualidade, atitudes comuns em estádios de futebol, a pessoa deve fazer como o goleiro fez: Identificar o agressor e representar contra ele por injúria (seja ou não racial).

O advogado da garota afirmou que ela não é racista. Mas não é esse o crime que ela responde. Ótimo que ela não seja. Afirmou ainda que ela foi levada a injúria pela situação do jogo e pela torcida. Isso também parece óbvio, quando ofendemos a honra do árbitro e de seus auxiliares quando marcam pênalti contra o nosso time. Ocorre que eles não sentem a sua honra ofendida pelos torcedores. Porém, quando um jogador os ofende, tem uma punição esportiva (é expulso). Caso a acusação seja mais grave, como no caso do ex- zagueiro Junior Baiano, dirigida ao ex-árbitro Oscar Roberto Godói em 1995, insinuando que o árbitro estivesse bêbado, cabe uma representação penal e civil, que foi feita à época.

O Grêmio, por sua vez se diz contra o racismo. É verdade... não impede nenhuma raça de adentrar em seus espaços, dá voz e abriga todas as etnias, raças e cores e mantém uma conduta digna com relação ao tema. Mas deve ser responsabilizado conforme a Lei por qualquer ato de violência ou intolerância praticada por sua torcida em seu estádio ou fora dele, conforme Estatuto do Torcedor.

Não vou expor aqui a garota nem julgar o acontecido com o Grêmio. Acredito que o time do sul do país tem seus advogados preparados para isso e deve se defender e a garota deve responder pelo que fez e seguir a sua vida. Acho somente que as coisas devem estar muito bem esclarecidas para que possamos ter o nosso juízo sobre essas situações. O ato da menina é abominável, como qualquer ato de intolerância dentro dos estádios brasileiros. Contra essa intolerância, seguimos a nossa luta. Tirem vocês as suas conclusões

Marcelo Alves Bellotti

segunda-feira, 1 de setembro de 2014

Campeonato Brasileiro - Destaques

Série A - O destaque máximo da série A do Campeonato Brasileiro vai para a performance do Flamengo. O time do até então ultrapassado Wanderley Luxemburgo voltou a vencer ontem no estádio Manoel Barradas, em Salvador a equipe do Vitória. O resultado levou o time a nona colocação do campeonato Brasileiro. Outra equipe que merece o destaque é o Sport, que com um ótimo futebol bateu o Criciúma por dois a zero e já figura a sétima colocação. O campeonato é liderado pelo ótimo time do Cruzeiro, que mesmo sem um grande destaque, joga um futebol vistoso e eficiente.

Série B - Na série B o grande destaque é o Ceará, que caminha a passos lagos para a primeira divisão. Comandado fora de campo por Sergio Soares e dentro de campo pelo eterno Magno Alves, o Vozão lidera a classificação. O Avaí, do técnico Geninho bateu o Vasco pelo placar de cinco a zero, que levou a demissão do técnico Adilson Batista. O vasco figura atualmente a quinta colocação do campeonato e cumpre uma campanha irregular.

Série C - Na série C, pelo grupo do Norte/Nordeste o destaque é o Fortaleza, que parece focado a retornar a série B nesse ano. O time do Botafogo da Paraíba também se destaca e segue firme na segunda colocação, apesar da punição que o retira da série C, o time jogou ontem e arrancou um ótimo empate contra o CRB fora de casa, no Rei Pelé.

Pelo grupo do Sul, o destaque é o Mogi Mirim que derrotou o São Caetano pelo placar de um a zero e lidera com folga o seu grupo. Madureira, Tupi e Guaratinguetá (que joga o campeonato com a estrutura do Audax-SP) fecham a zona de classificação.

Série D - Na série D o grupo da Região Norte é liderado com folga pelo time do Rio Branco (AC), que segue na liderança a quatro pontos do vice líder, o time do Princesa do Solimões(AM). 

No grupo A2 a liderança cabe ao River do Piaui, seguido pelo clube do Remo. Moto Clube e Guarani de Sobral seguem bem vivos e tornam o campeonato bem interessante. 

A mesma situação é a do grupo A3, com todas as equipes com chances de classificação. O grupo é liderado pelo Jacupiense (BA), seguido pelo Central, de Caruaru. Mas tanto Coruripe, quanto Campinense e Baraúnas ainda tem chances de classificação.  

Pelo grupo A4, Confiança (SE) e Porto (PE) seguem um campeonato a parte e devem se classificar sem problemas. 

Pelo grupo A5, destaque para o Brasiliense e para o Estrela do Norte. O time capixaba derrotou o Itaporã pelo placar de 3 a 1 e se consolidou na segunda posição do grupo na luta para a classificação para a segunda fase.

No grupo A6 o destaque é o Operário de MT, seguido pelo Luziânia (DF). Tombebnse na terceira colocação também mira a classificação para a outra fase do campeonato.

No grupo A7 temos três clubes com destaque. O Brasil de Pelotas lidera a chave com doze pontos ganhos, seguido pelo Ituano com dez pontos e o Maringá com seis pontos ganhos.

A mesma situação do A8, onde temos Londrina nadando de braçada com 14 pontos ganhos, enquanto Metropolitano com oito pontos disputa rodada a rodada a classificação com a Penapolense com seis pontos ganhos.

Marcelo Alves Bellotti